quinta-feira, 25 de junho de 2009

O que não era, agora é - parte três


Atrasada, atrasada. Como eu pode me atrasar tanto? Tomara que o Fernando não se irrite. Droga! Não tem campanhia. Vai no grito mesmo então:
― Fernaaaaando!― gritei o mais alto que eu pode.
― Oi, posso ajudar?― apareceu uma senhora, acho que é a mãe do Fernando.
― Oi, eu sou a Isabela. Eu vim dar aulas de matemática pro Fernando.
― Ah sim, ele me avisou que você vinha. Ele foi no mercado pra mim, mas já vem. Pode entrar.
― Com lincença. Obrigada.
Quase morri de vergonha. Imagina uma mãe de um menino que você nem se dá direito atender você. Ai, que ódio do Fernando. Eu espero que ele não demore. Poxa, mas que eu quero falando. Eu que me atrasei. Posso esperar um pouco. Demorou uma hora até Fernando voltar. Ao me ver sentada no sofá da sua casa ele abriu um sorriso que não esperava.
― Bela!
― Oi, como vai?
― Bem, e você? Desculpe atraso.
― Bem, também me atrasei. Não tem problema.
― Vem, vamos começar logo.
― Claro. Com licença.
― Pare de ser tão educada. Senta-se em casa.
― Já que insiste.
― Já falei que me divirto muito quando estou contigo?
― Não. Mas pode falar agora se quiser.
― Abobada.
― Oh, chega de papo. Senta aí.
― Sim, senhora! ― falou fazendo sinal de sentido. Que nem um soldado.
― Chega de besteiras. ― peguei meus livros e meu óculos na mochila. Fiquei meio envergonhada de precisar usar meu óculos na frente de Fernando.― Bom, vamos começar?
― Sim. Não sabia que usava óculos.
― Bem... sim, eu uso. ― falei olhando pro chão.― No dia que você veio falar comigo pela primeira vez eu estava usando, mas quando caí eles foram lançados longe. E daí eu tirei quando vi você.
― Não gosta de usa-lós?
― Nem um pouco.
― Por que não usa lente então?
― São muito caras. Eu até tento juntar dinheiro pra comprar, aliás, eu estou juntando dinheiro pra comprar.
― Entendo.
Ele puxou um livro pra perto dele e não falou mais nada. A não ser quando tinha dúvida sobre alguma assunto. Ficamos duas horas só estudando números e nada mais. Acho que consigue tirar todas as dúvidas dele. Ainda bem. MKas eu gostei de dar aula. Pena que não vai ter mais pelo jeito. E Fernando concerteza vai esquecer que um dia falou comigo e vai voltar tudo a ser a mesma coisa. Ou não. A acho que sim. É o mais fácil até para ele, não andar com uma nerd e não queimar o filme dele.
― E então Bella, o que vai fazer quarta que vem?― falou Fernando rindo.
― Acho que nada, por quê?
― Bom, minha prova de matemática é segunda. Se eu for bem, o que é muito provável depois dessa aula. Vamos comemorar?
― O que? Comemorar? Onde?― eu estou sendo chamada pra sair por um menino? Não posso acreditar.
― Sim, comemorar. Não sei. Podemos ver algum filme. Ou outra coisa que você quiser.
― Sério?
― Sim.― ele falou e deu um meio sorriso.
― Sabe tá passando um filme que eu queria muito ver. É sobre uma menina que tem uma banda, ela é uma roqueira. Eu não sei o nome, mas eu sei que tem guitarras e isso é muito bom! Quer dizer... É legal.
― Gosto de guitarras?
― Eu sei tocar. Gosto de mais. Estranho né?
― Por que seria?
― Porque olha bem pra mim. Não tenho cara de quem goste disso.
― Eu já penso o contrário. Vem comigo, se tu gosta disso tenho que te mostrar uma coisa.
― Ah, mas eu tenho... Tá ficando tarde.
― Não leva mais de 5 minutos. Vem, por favor?
― Tudo bem, vamos.
Segui ele até uma sala pequena. Quando olhei a primeira vez eu não acreditei muito. Mas depois me toquei. Aquilo era um estudio, muito pequeno. Mas era! E era lindo e perfeito. E tinha tudo. Uma bateria, um microfone, pedestal, baixo e uma guitarra. A guitarra era preta, da guibson. Eu não conseguia falar. Muito menos repirar. Minha boca devia ter ido no chão. A sala tinha um vidro espelhado. O Fernando me disse que lá ficava aparelhagem do som e todos os equipamentos, depois de recuperada eu perguntei se podia pegar a guitarra. Ele disse que sim. Mas que não era dele. Era de um amigo.
― Tu tem uma banda?― eu disse sem fôlego.
― Sim, eu sou vocalista.
― Tá, peraí. Deixa eu volta ao meu estado normal.
― Se quiser pode ficar assim, elétrica! Gostei desse teu lado.
― Para de folga.
― É sério, me diverti mais ainda.
― Bom e quem toca guitarra pra vocês?
― É o meu amigo Gustavo, mas a gente tava precisando de alguém que tocasse violão.
― Aah, sim.
― Tu não sabe?
― Até que sei.
― Quer tocar pra gente?

3 comentários:

Joo disse...

to gostaando!
continua logo, que eu to curiosa
*-*

Isla disse...

muito bom
gostei tbm
:D

vivi borges ⋆ disse...

óówn *-*