sábado, 4 de julho de 2009

O que não era, agora é - parte cinco


― Eu sei que parece chato, mas um cachorro não pode ficar dentro de casa.
― Mas maninha, eu gosto tanto dele, deixa ele fica?
― Yago, tu sabe muito bem que não dá.
― Tá bom Isabela! Tá bom!
Meu irmão menor tem 7 anos. Ele é muito fofo, mas às vezes é teimoso de mais. Mas eu gosto muito dele. por incrível que pareça nós dois nos damos muito bem. E sempre que precisamos esconder alguma encrenca nós nos unimos. E fazemos isso também quando queremos dinheiro. Mas ele queria que um cachorro durmisse com ele na mesma cama, como que eu ia deixar isso? Ah, ele tem que entender e se ele fica brabo depois eu falo direitinho com ele.
― Coloco ele na rua?― Eu falei tentando fazer as pazes com ele.
― Coloquei. E agora eu vou durmir, boa noite.― Meu irmão falou subindo as escadas.
― Tá brabo Yago?
― Não!
― Então tá, boa noite.
― Na verdade, eu tô sim. Mas amanhã eu já melhoro.
― Tudo mano, vai durmi e melhore.
Meu irmão subiu as escadas bufando de raiva, mas eu sabia que amanhã ele iria estar mais calmo e não ia mais ficar brabo comigo. Então eu fui dormir também. Acordei no outro dia muito atrasada, nem tivê tempo de tomar o café. Tivê que ir pra escola de bicicleta, eu odeio andar de bicicleta. Eu tenho trauma! Porque eu nunca andei, uma vez se quer, que eu não caísse um tombo feio e me machucasse. E aconteceu isso como sempre. Que droga, caí na frente da escola. Todo mundo riu da minha, mas ninguém pra ajuda. Juntei minhas coisas depressa, e coloquei a corrente na bicicleta e saí correndo pra sala de aula. Atropelei sem querê o Giovanni. Eu não vi quando ele tava vindo de tanta pressa que eu tava.
― Eita, passa mas não leva junto.― Giovanni grito enquanto eu corria pra minha sala.
― Desculpa, eu tô com pressa.― Eu falei, mas não tava nem aí se ele caísse.
Entrei correndo na sala, larguei minha mochila em cima da classe e sentei. Fiquei um tempo me recuperando da corrida. Depois de 5 minutos que eu estava na sala o professor chego, e ele deu uma prova. Nada melhor pra começar o dia. No recreio eu fui pra biblioteca pra pesquisar sobre a colonização do Brasil, trabalho de história sempre me roubava muito tempo. Não sou muito fã da disciplina de história.
― Oie, incomodo se sentar aqui?
Olhei rapidamente pra cima e percebi que era o Giovanni que estava na minha frente. Eu fiquei um pouco confusa, demorei uns segundos pra colocar minha mente em ordem e funcionando perfeitamente. Depois disso, eu respondi que ele podia sentar. E eu fiquei um tempo olhando pra ele, não acreditanto muito no que acontecia. Depois eu percebi que estava sendo inconviniente e parar de olhar pra ele e continue minha pesquisa.
― Você passa o recreio inteiro aqui?― me perguntou Giovanni.
― Quando é preciso sim.― eu respondi. E depois de uns minutos continue.― Por que quer saber?
― Não, porque eu nunca te vejo no recreio. E na sala de aula tu tá sempre bem quieta. Parece que nem tá na sala. Acho que é uma das únicas que não bagunça.
― Prefiro ficar mais na minha. Quieta, sabe?
― Entendo, mas podia falar mais. Sua voz é bonita. Acho que nunca tinha escutado ela antes.
― Acho que não mesmo.
― Tomara que possa escutar mais vezes.
Surtei total depois disso. O que ele estava querendo? Ele estava falando de mais comigo e me elogiando de mais. Por que tudo isso? Ah, que idiotice a minha pensar que ele fosse se interessar em mim.
― Quem sabe.― respondi sarcasticamente.
Depois disso os dois ficaram em silêncio. Então Giovanni se levantou e saiu de perto de mim.Bom, continue e fiquei prestando atenção no texto de história. Isso até os inal bater e eu ter que voltar pra sala. No caminho pro corredor o Fernando passou por mim, sorrindo ele me acenou. Eu acenei de volta. Ele fez um gesto que parecia que tava tocando violão pra mim não esquecer de levar o violão na casa dele. Acenei com a cabeça e entrei na sala. No fim da aula eu encontrei o Fernando e fomos embora juntos. De cinco em cinco minutos ele me lembrava do violão.
― Poxa Fernando, eu falei que não vô esquece!― gritei alto e nom tom de raiva.
― Desculpa Bela, mas é que eu só muito chato com isso.― ele me respondeu sem jeito.
― Tudo bem, eu não devia ter gritado com você também.
― Não tem importância. Mulheres quando estão brabas ficam mais lindas ainda.
― Cala boca. Como foi a prova?
― Nossa, eu fui muito bem. Agora tu e obrigada a sair comigo professorinha.
― Isso se eu quiser né?
― E não quer?― Fernando fez uma cara de triste e ficou parado na rua. Como se não acreditasse em algo.
― Eu quero.― Falei timidamente.
― Ainda bem. Eu juro que ia ficar muito mal se não quisesse. Poxa levar um fora de uma nerd. Era o fim da minha reputação.
― Haha, como ele é engraçado.Bom, que horas eu vou pra tua casa?
― Vai às 6h. Pode ser?
― Pode, é meio cedo. Mas eu me viro.
― Tu não consegue me dizê não, né? É gamada em mim.
― Como tu se acha né?
― Eu não me acho eu sou.
― Uau, me impressionei agora.
― Ora vamos. É uma piada pelo menos uma risada vai.
― Haha.
― Poxa, tô mal de piadas.
― Tu morreria de fome se fosse comediante.
― Ah, é uma piadista também. Tô bem arranjado!
― Como tu é troxa.
― Também te amo, tá?
― Ai, que fofo.
― Sem graça. Vou indo pra casa. Quer que te acompanhe?
― Não precisa, pode ficar em casa.
― Tu que sabe. Beijos e cuidado pra não morre no caminho.
― Cada dia mais engraçadinho, tchau!

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